Nenhum outro vai saber dos sons que se formam e
o porquê de você sorrir com a mesma palavra que
faz o outro chorar. A gente vive pra ser secreta,
transposição e transbordamento, além da risca de
giz no nosso próprio telhado que goteja e inunda o
quarto trancado. E tudo isso vai morrer em segredo.


Une cruel incompréhension...



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sábado, 10 de dezembro de 2011

O Casal

     A gente podia se enxergar na rua, nos muros descascados, nas flores meio pisadas, escondidos no meio da multidão. Em tudo, a gente era capaz de se lembrar. E pra qualquer um que via de fora, era um romance mais que desejável. Um romance mais que encantador. Mas eu daria uma bala de prata para quem descobrisse o quanto era difícil. E meus coração aos prantos, a quem me ajudasse a dormir sem sonhar. Pois até em sonhos, a gente se lembrava. Eu tinha dúvidas se ainda sabia ser eu. […] Sem enxergar os canteiros de flores miúdas, sem me importar com o horizonte que escurecia e clareava como uma piada sem sentido. Eu tinha pavor de não saber viver sozinha. Eu me queria de volta e sabia que era para nunca mais. Eu e a poesia. Mas ninguém percebia.

Mariane Cardoso

4 comentários:

  1. Mari, se importaria se eu postasse esse seu texto no tumblr?

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  2. Claro que não me importo, anônimo. Só deixe meu nome no final, por favor, sim? E obrigada pela visita s2

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  3. eu preciso da sua play list!! Blog maravilhoso... perfeito!! Parabéns!!

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Alguma luz
vai escapando
e só eu
sinto.

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18. Menos artista, mais idosa. O prefácio, o retórico, o histórico, o profético, o pró, o fétido, o esplendor e tudo mais o que cabe no poético.