Nenhum outro vai saber dos sons que se formam e
o porquê de você sorrir com a mesma palavra que
faz o outro chorar. A gente vive pra ser secreta,
transposição e transbordamento, além da risca de
giz no nosso próprio telhado que goteja e inunda o
quarto trancado. E tudo isso vai morrer em segredo.


Une cruel incompréhension...



'

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Como se a arma, de tão eficiente, já atirasse vermelho

(...) Eu sofro de mim, de mins.

Camuflo o que é simples. Eu queria ser novo ou velho o suficiente para ser um só, com espaço de sobra onde não só filosofia/teologia/poesia tivessem passe livre. Aquele velho papo de se encontrar e saber dizer, dar a palavra, colocar a mão no fogo. Aquela velha luz à meia-noite de uma semana antipática. Eu queria me sustentar sem nada. Ter coragem de não esperar futuro, sem objetivos, sem destino pela frente, sem estradas ou cidades ou pontes por onde ainda possivelmente irei passar. Desprovido dos mapas e das letras de canções da geração anterior. Sem ilusões, sem riscos, sem vítimas ou propósitos. Sem conhecer as histórias, sem gente para servir de inspiração, sem passado. SÓ EU. Sozinho. Para inventar vida de onde nunca saiu sequer um sopro de ar.

Mariane Cardoso em "Confissões de um Espírito Revirado"

3 comentários:

  1. Ah, Mari, ah... Tu sempre tem um jeito de me prender. E de me (e te) mostrar a mim. A mins.

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  2. A saudade é um sentimento pedindo para voltar.

    Então volta.

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  3. Que suas palavras nunca se percam. Me encontro nelas.

    Preenchendo vazio de palavras. Te agradeço, Mari.

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Alguma luz
vai escapando
e só eu
sinto.

Quem sou eu

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18. Menos artista, mais idosa. O prefácio, o retórico, o histórico, o profético, o pró, o fétido, o esplendor e tudo mais o que cabe no poético.