Nenhum outro vai saber dos sons que se formam e
o porquê de você sorrir com a mesma palavra que
faz o outro chorar. A gente vive pra ser secreta,
transposição e transbordamento, além da risca de
giz no nosso próprio telhado que goteja e inunda o
quarto trancado. E tudo isso vai morrer em segredo.


Une cruel incompréhension...



'

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Abrir as cortinas da alma, cheirar um pouco meu pulso livre de chuva, silenciar. Eu, aqui, durmo de portas trancadas, sem horário, perco o dia. Eu desaproveito e transpiro até tarde. Deito e encolho as pernas, afundo no pesadelo. Minhas confissões ficam pela metade, mas eu tenho medo. E silencio, assim, por ser tão dependente e quebradiça. Por ser inacessível dentro do meu quarto e por prender os sustos como se eu soubesse lidar com a escuridão. Sempre tarde demais. Fico quieta, muito longe, em outro plano. Fico muda enquanto esfrio, bem dentro. (...) Mas o vento assola as ruas e sai arranhando a minha garganta. É farelo em excesso. Eu não sei sair ou olhar através de vidros.
Eu sou tarde demais.

Mariane Cardoso

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Alguma luz
vai escapando
e só eu
sinto.

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18. Menos artista, mais idosa. O prefácio, o retórico, o histórico, o profético, o pró, o fétido, o esplendor e tudo mais o que cabe no poético.