Nenhum outro vai saber dos sons que se formam e
o porquê de você sorrir com a mesma palavra que
faz o outro chorar. A gente vive pra ser secreta,
transposição e transbordamento, além da risca de
giz no nosso próprio telhado que goteja e inunda o
quarto trancado. E tudo isso vai morrer em segredo.


Une cruel incompréhension...



'

sábado, 30 de junho de 2012

M. A.   26/06/2012.  Flickr.

      Velha esperança. As calçadas são livres, a febre continua interna e o nó é duplo. Os seus heróis morreram de overdose, meu amor. Como nunca mais morrerão depois de nossas profecias sobre fins espirituais. Há noites em que apenas uma silhueta à cabeceira de sua cama ou um livro de bolso ao pé da minha não serão suficientes. Estamos no início de nossa própria revolução. É um belo começo. Existe sempre uma forma de sobreviver, em plena praça principal, entre os malabaristas ou ao léu de uma avenida esquisita enquanto estamos acostumados com o silêncio. O perigo não vem de fora, e as pessoas mais interessantes que já conheci viveram imensamente tristes e perturbadas porque eram simplesmente sóbrias. Sóbrias até enquanto embriadas. Beberemos do que não foi encontrado. Brotaremos flores nas escadas de incêndio. Passarinharemos as boas estradas. Você sabe que eu quero ir embora. Você sabe, amor, apenas iremos. O que fica é a leveza de um mundo que ainda não virou moinho.

Mariane Cardoso

Um comentário:

Alguma luz
vai escapando
e só eu
sinto.

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18. Menos artista, mais idosa. O prefácio, o retórico, o histórico, o profético, o pró, o fétido, o esplendor e tudo mais o que cabe no poético.