Nenhum outro vai saber dos sons que se formam e
o porquê de você sorrir com a mesma palavra que
faz o outro chorar. A gente vive pra ser secreta,
transposição e transbordamento, além da risca de
giz no nosso próprio telhado que goteja e inunda o
quarto trancado. E tudo isso vai morrer em segredo.


Une cruel incompréhension...



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terça-feira, 15 de novembro de 2011

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Existem esses braços moles, essas pernas bambas, esses olhos cansados, essa boca infeliz, essa coluna curva, sinais da incapacidade de transcender, da impossibilidade de se decompôr em forma de livro de contos, de canal de música, de lápis de cor, de chocolate ao leite ou qualquer que seja o seu gosto. O amor acaba com o corpo e todas essas coisas ocupam espaço demais, nos impedem de ser além, a mais, porém, assaz. Amém. Eu me retiro de tudo aquilo que o mundo possa me oferecer.


Mariane Cardoso em "Retirante, a ordem natural dos corações"

2 comentários:

  1. Guardei tua ask, obrigada por te ido lá... hihi Engraçado é como eu me encontro nos seus escritos... Vou sempre comentar, não fico sem sua poesia menina! Bom início de semana s2

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  2. "Eu me retiro de tudo aquilo que o mundo possa me oferecer." Nos retiramos, então.
    Adoro o que você escreve, de verdade.
    Desejo-lhe que continue profunda, assim, apenas.

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Alguma luz
vai escapando
e só eu
sinto.

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18. Menos artista, mais idosa. O prefácio, o retórico, o histórico, o profético, o pró, o fétido, o esplendor e tudo mais o que cabe no poético.