Amor, agora eu tenho medo de falar seu nome em voz alta e faço promessas para guardar segredos que nem existem, que se contam sozinhos, sem que minhas palavras precisem sair. Eu sou uma mentira que você não quer entender. (...) Uma perturbação no chão em que você pisa. Eu só sei ser triste, eu só sei ser sozinha. E eu não vou entregar tudo a você. Eu quero minhas dores só para mim, me desculpe. Quero minhas desilusões e minhas sentenças loucas.
Eu quero ser quente sempre, mas não consigo permanecer alegre e inteira. Porque eu sou só pedaços. Porque eu sou só resquícios.
Que seja sempre muito delicado esse seu impulso de sobrevivência.
Uso agora as palavras do mestre Buarque: “eu vou rasgar meu coração pra costurar o teu”. Passar bem.
Mariane Cardoso em "De Ninguém"
Me diz, Mari: como é que cê consegue?
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