— Uma, sim.
— Só uma, a mesma. Do que está fugindo?
— Vire-se de costas para o banco da frente... Fugi de tudo. Da minha mulher. Da casa. De um filho adotivo. De um bom emprego. De tudo, exceto de alguns maus hábitos.
— Como conseguiu isso?
— Houve um acidente. Todos pensaram que eu estava morto. E eu deixei que pensassem.
— Não há como explicar, há?
— Acho que vou ser garçom em Gibraltar.
— Óbvio demais.
— Ou um escritor no Cairo.
— Romântico demais.
— Que tal traficante de armas?
— Improvável demais.
— Na verdade, acho que sou um.
— Então depende de que lado está.
— É.
O Passageiro — Profissão: Repórter (1975)
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